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A postagem de hoje dá continuidade a temática do mês de junho: as festas juninas e temos a honra de publicar o texto de uma pessoa super, hiper, mega bacaninha: a professora Lúcia Barreto Soares, pessoa que somos suspeitos para falar porque viu o blog nascer, se desenvolver e nos acompanha desde sempre.
A professora Lúcia nos presenteia com uma crônica cheia de memórias e sensibilidade sobre o período que estamos vivenciando registrando sensações e reflexões sobre a tradição do mês junino.
Vamos ao texto?
Não deixe a fogueira apagar
Ontem ao chegar a casa de minha mãe, na rua em que morei a vida inteira, mais um daqueles momentos de emoção inesperados me assaltou logo que desci do carro. Meus olhos inundaram-se quase que imediatamente e você, caro leitor, certamente imagina que chorei devido a alguma cena tocante. Nem eu mesma sei se foi pela alegria ou pela enorme quantidade de fumaça que veio ao meu encontro, zombeteira, parecendo saber que eu sofro de todo as “ites” (sinusite, rinite, ite, ite, ite). Mas não dava para pensar em doença naquele cenário fascinante, com o calor e a claridade provocados pelo fogo alto no meio da rua. Uma fogueira enorme, como algo vivo, com suas labaredas que dançavam, a convidar-nos a uma quadrilha.
Qual não foi minha tristeza ao lembrar que em nossa infância e adolescência, construir uma fogueira em comemoração aos santos juninos era questão de lei e de honra, pois nos dias de Santo Antônio, São Pedro e São João toda a vizinhança ficava brincando nas calçadas até que as chamas começassem a se apagar. E ao redor delas se dançavam quadrilhas, assavam milho verde, faziam adivinhações e os mais afoitos arriscavam pulos. Amigos se tornavam compadres com a seriedade de uma cerimônia legal.
As bombas rasga-latas eram um capítulo à parte, dividindo as opiniões: apoiadas por quem as soltavas e detestadas por quem se sentia incomodado com o barulho ensurdecedor. Parece que até ouço alguma vizinha gritando: “Parem com isso, aqui tem criança!” ou “Vão soltar bomba pra lá band´cão, os pobe dos véi não pode nem dormir” e a ameaça constante: “Se acontecer alguma coisa, vocês vão pagar!”
A conta ficou no prego.
Nunca ninguém pagou, porque nada houve de tão sério assim. Só falei das
bombas, mas poderia ter falado de outros tipos de fogos que incendiavam
essas festas. Ah, quem não podia “queimar dinheiro”, tinha a
alternativa de queimar “Bombril” e fazê-lo girar, provocando um efeito
espetacular.
É com aperto no coração que vejo os lugares em que se acendiam as fogueiras ocupados, os lugares de nossas tradições substituídos por tradições alheias. Ontem vi mensagens equivocadas que diziam "Happy Valentine's Day” numa referência ao dia dos namorados, que nos Estados Unidos se comemora a 14 de fevereiro, dia de São Valentim, que por aqui nem sabemos quem foi. E com esse mesmo espírito de vira-latas (admiradores da cultura alheia) vamos pouco a pouco deixando as nossas tradições se reduzirem a cinzas, como certamente ficou a linda fogueira de Santo Antônio.
É com aperto no coração que vejo os lugares em que se acendiam as fogueiras ocupados, os lugares de nossas tradições substituídos por tradições alheias. Ontem vi mensagens equivocadas que diziam "Happy Valentine's Day” numa referência ao dia dos namorados, que nos Estados Unidos se comemora a 14 de fevereiro, dia de São Valentim, que por aqui nem sabemos quem foi. E com esse mesmo espírito de vira-latas (admiradores da cultura alheia) vamos pouco a pouco deixando as nossas tradições se reduzirem a cinzas, como certamente ficou a linda fogueira de Santo Antônio.
Gostaram o texto? Você tem em sua memória alguma experiência como a descrita pela professora Lúcia Barreto? Deixe em seu comentário suas memórias sobre as festas juninas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão tive nenhum momento parecido ou igual a esse , mas gostei bastante do texto . Festas juninas pra mim sempre sera uma época de festejos e alegrias .
ResponderExcluirEnfermagem I
Não tive nenhum momento parecido ou igual a esse , mas gostei bastante do texto . Festas juninas pra mim sempre sera uma época de festejos e alegrias .
ResponderExcluirEnfermagem I
Não tive nenhum momento parecido ou igual a esse , mas gostei bastante do texto .
ResponderExcluirViva São João ! Viva! Haha, uma das maiores experiências que tive do São João foi a de participar pela primeira vez de uma quadrilhada estilizada em 2011, e até hoje acompanho o trabalho como quadrilheiro <3
ResponderExcluirrsrs, sim já tive momentos iguais a esses. O Bombril amarrado no cordão pegando fogo e fazendo faiscas para todos os lados. Muito bom relembrar de momentos assim, e não se esquecer da magia que os festejos juninos nos proporcionam.
ResponderExcluirINFORMÁTICA 1
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLembrei da época entre meus cinco e sete anos, minha vó amava as festas juninas e meu vô nunca deixava de fazer uma fogueira. Todo mundo se reunia, tios, tias, primos e todo mundo ficava brincando e fazendo fila pra receber a benção do vovô e da vovó. Saudades!
ResponderExcluirInformática 1
Sim,já tive experiências assim, principalmente nas soltas de bombas rasga-lata kkk que é umas das top do São João.saudades desses momentos em que eu perturbava toda vizinhança...rsrsrs.
ResponderExcluirInformática 1
Uma das coisas mais divertidas que eu gosto de fazer nas festas juninas é soltar bombas, eu e meus amigos sempre compramos bombas para soltar, é uma coisa muito divertida para mim e para meus amigos.
ResponderExcluir#INFORMÁTICA 1
Uma das coisas mais divertidas que eu gosto de fazer nas festas juninas é soltar bombas, eu e meus amigos sempre compramos bombas para soltar, é uma coisa muito divertida para mim e para meus amigos.
ResponderExcluir#INFORMÁTICA 1
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão tive nenhum momento parecido ou igual a esse.. Mais a festa junina é uma tradição muito popular no nordeste! Mais gostei de ter visto esse texto , muito bom!
ResponderExcluirComércio I