20 de agosto de 2017

A menina de Goiás

       Saudações literárias, turm@ que acompanha o blog Diário Virtual de Leitura!



      Após um período de ócio produtivo, o blog retorna as suas postagens habituais. E a data não poderia ser mais propícia, pois hoje se comemora o 128º aniversário da poetisa Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás, no dia 20 de agosto de 1889. Seu nome de batismo era Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Tornou-se doceira, ofício que exerceu até os últimos dias de sua vida. 
      Cora lutou contra o conservadorismo de sua época, e era alheia a modismos literários. Além disso, a escritora sempre buscou manter uma vida simples, vivendo longe do agito dos centros urbanos. Sua obra era retratava aspectos do cotidiano do interior do Brasil, em particular de sua cidade natal, Goiás. Cora mudou-se para São Paulo, e só voltou para a sua cidade 45 anos depois, expressando em sua poesia os obstáculos que enfrentou durante a sua vida. A poetisa morreu em Goiânia. A casa onde ela passou a sua infância e adolescência, às margens do Rio Vermelho, foi transformada em museu.
      O site http://noticias.universia.com.br em comemoração aos 30 anos de sua morte enumerou os cinco famosos poemas e Coralina, tarefa difícil, não é mesmo? Então, vamos a eles!!

1º poema:  Aninha e suas pedras
“Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha um poema.
E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.”

2º poema:  Mãe
“Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos, não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
“Nunca será um lar para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.
Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições…
Empregos fora do lar?
És superior àqueles que procuras imitar.
Tens o dom divino de ser mãe Em ti está presente a humanidade.
Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és. Roendo o teu osso negro da amargura.”

3º poema:  Eu Voltarei
“Meu companheiro de vida será um homem corajoso de trabalho, servidor do próximo, honesto e simples, de pensamentos limpos.
Seremos padeiros e teremos padarias.
Muitos filhos à nossa volta.
Cada nascer de um filho será marcado com o plantio de uma árvore simbólica.
A árvore de Paulo, a árvore de Manoel, a árvore de Ruth, a árvore de Roseta. Seremos alegres e estaremos sempre a cantar.
Nossas panificadoras terão feixes de trigo enfeitando suas portas, teremos uma fazenda e um Horto Florestal.
Plantaremos o mogno, o jacarandá, o pau-ferro, o pau-brasil, a aroeira, o cedro.
Plantarei árvores para as gerações futuras.
Meus filhos plantarão o trigo e o milho, e serão padeiros.
Terão moinhos e serrarias e panificadoras.
Deixarei no mundo uma vasta descendência de homens e mulheres, ligados profundamente ao trabalho e à terra que os ensinarei a amar.
E eu morrerei tranqüilamente dentro de um campo de trigo ou milharal, ouvindo ao longe o cântico alegre dos ceifeiros.
Eu voltarei…
A pedra do meu túmulo será enfeitada de espigas de trigo e cereais quebrados minha oferta póstuma às formigas que têm suas casinhas subterra e aos pássaros cantores que têm seus ninhos nas altas e floridas frondes.
Eu voltarei…”

4º poema: Ressalva
“Versos…não Poesia…não um modo diferente de contar velhas histórias”

5º poema:  Meu Destino
“Nas palmas de tuas mãos leio as linhas da minha vida.
Linhas cruzadas, sinuosas, interferindo no teu destino.
Não te procurei, não me procurastes – íamos sozinhos por estradas diferentes.
Indiferentes, cruzamos Passavas com o fardo da vida...
Corri ao teu encontro.
Sorri.
Falamos.
Esse dia foi marcado com a pedra branca da cabeça de um peixe.
E, desde então, caminhamos juntos pela vida...”

         Após a leitura e apreciação dos cinco poemas, que tal destacar nos comentários a sua indicação de leitura da poetisa de Goiás? Esperamos seu comentário!!! 


 

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